Era uma vez uma menina pequenina que costumava passar as suas férias à beira-mar com a família.
Pela manhã, quando ia às compras com os pais ao mercado, a sua paixão eram aqueles “mimoins” que ela adorava. Um saco cheio, que levava noutro saco a tiracolo e lá ia sorrindo a quem se cruzava com ela na rua. Mais tarde, sentava-se com uma tigela cheia de deliciosos mimoins e a pouco e pouco, conforme os seus pequeninos dedos permitiam, ia-os descascando, um a um, comendo-os e deliciando-se com o seu sabor.
Nesses dias, em que o sol brilhava, e a água do mar deixava um rasto pela areia da praia, a menina brincava, correndo atrás das gaivotas ou fazia pequenos bolos em areia, cobertos pela espuma do mar e que enfeitava com algas e pequenas conchinhas.
Quando a praia era só uma saudade, e os dias ficavam mais frios, a mãe gostava de preparar um lanche diferente. A menina ajudava, e juntas preparavam a massa, esticavam-na e faziam bolachinhas de manteiga em forma de flores, corações, bolas e outros desenhos que iam ao forno até ficarem bem douradas e saborosas. Outras vezes eram “S”, pequenos “lagartos”, ou broinhas e bolas que se enrolavam e pegavam-se às mãos enfarinhadas da pequena Ana. No final colocava em cima um pequeno mimoim para personalizar o seu biscoito favorito.
Foi assim que surgiu um gosto, um momento de infância que perdurou pela juventude e que agora procura desenvolver na procura de novos sabores, cheiros e essências.
O perfume de um bolo ou biscoito a sair do forno invade a casa, penetrando nos nossos sentidos, fazendo-nos voar de regresso à infância, ou de encontro a um inebriante momento mágico doce e saboroso.
Os “mimoins” ? Esses ficaram e ficarão sempre como o elemento inspirador, o sonho que se torna realidade num doce explodir de sabores.
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